Às vezes a morte
Tem amargo sabor,
Mas sem este passaporte
É impossível provar de amor.
Às vezes a noite
Rouba-nos a esperança,
Mas por mais nuvens que se ergam
O Sol vem e vai e nunca se cansa.
Às vezes perco-me no mundo,
Sacudido pelas correntes,
Arrastado para o fundo
Calabouço de outras mentes.
Às vezes subo aos céus
E contorno as galáxias,
Vivo dentro de sonhos meus,
E masturbo-me com as minhas audácias.
E naquele momento em que decido
Ir além do existir,
É um passo vago, falecido,
O princípio de uma casa a ruir.
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