As ruas desta cidade por vezes são tenebrosas,
não só pelo aspecto físico mas pelo que nelas vagueia.
O medo rasteja deixando náusea no ar e um trilho asqueroso no chão.
Sensações que me percorrem o corpo e
levantam-me o pelo eriçando-o e deixando-me pronto para o ataque.
O animal que veste a minha pele sente-se ameaçado e rosna.
Há perigo no ar, cheira a sangue por derramar,
e há uma luta que começa-se a desenrolar,
o medo mostra as suas garras afiadas e atira-se a minha cara golpeando-me o queixo,
rebolamos no chão do meu estômago,
empurrando-nos um ao outro contra as paredes do plexo solar,
o cérebro vomita 20 mil imagens por segundo,
ofuscando-me a visão e sinto as minhas costas profundamente arranhadas,
todas as minhas ideias e convicções ameaçadas,
transpiro por todos os poros, agua, sal e sangue cobrem-me dos pés à cabeça.
Jazo no chão, cuspindo fogo de ira plutónica, olhos esgazeados,
fera ferida que convalesce e puxo do fundo das mais negras entranhas um rugido roco e penetrante, um mini sismo estonteante, e tudo faz-se pó.
Contagiante, Jorge.
ReplyDeleteParabéns!
Obrigado pelo apoio. Abraço!!
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